sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ilha da Ilusão

Antes espelho d'agua
Agora seco e sem alma
Agora verdadeiro nome
Ao que antes era nobre

Perdida sobre matas verdes
Tão virgem quanto seus frutos
Agora toma de seus velhos
Todos odores das paredes

Bolha criada com cuidado
De aço e esparadrapo
Amarrada por arames
Reformada com barbantes

Homenagem tão bela
Feita missa na capela
Das araras e dos macacos
De tiros contra o rabo

Se revira duro na outra vida
Largastes dessa cidade tão querida
Poeta de perna mais curta
Contra o de orelhas pontudas

Coitada da ilha
Antes sabia-se de sua vida
Agora só mais um monte de pedra
Em lago com um monte de merda

Nenhum comentário: