Sobre uma cicatriz, onde uma afiada navalha se deitou e perfurou
Tornando essa cicatriz novamente dolorosa
Meu coração aposentou
Foi assim do nada
Alegou que foi mal tratado
Acusou-me de escravizá-lo
Disse que foi mal usado
Uma atitude esperada
Coitado fora mal amado
De tanto sonhar acordado
Ficou careca de tão estressado
Pediu a aposentadoria
Por invalidez
Trouxe até a papelada
Mas ele é um salafrário
Embaixo de sua cama
Chocolate e rosas
Para alguém que ele ama
Reis depostos
Todo rei deposto
É rei morto
Ó, coração decapitado
Meu amor enterrado
Mas como é amor
Que até morto e desenterrado
E rei é coroado
E em sua mão botam a espada
Mas para salvar minha alma
Ao meu tumulo retorno
Com chuva de ovos
Todo poema vem do limbo
Ninguém é poeta da felicidade
O poema é a alegria da tristeza
A dor do amor
O sofrimento da derrota
A poesia é o mais sensual dos desejos
Mesmo a mais pura melodia
Esconde o mais perverso dos sentimentos
Versos e rimas para embelezar
O que meu ódio tem para dar
Todo poema vem do inferno
Que é o coração do poeta
Por isso não me ame
Pois tudo que escrevi
Era a tolice
Afinal, todo poema vem do limbo
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